Convívio Fraterno 1173



O Senhor ressuscitou no coração de trinta jovens que, agora sabem, o quanto são amados e o quanto podem amar.

Celebremos todo este feliz acontecimento!

E, aos novos convivas, não se esqueçam:

«E a vida não vai parar! Vai como o vento! Tens tudo a dar, não percas tempo! Podes saber que vais chegar onde Deus te levar.»

P.S. Aguardamos o envio dos vossos testemunhos e das fotografias do Encerramento para poder partilhar com todos!

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Imaculada Conceição

Comemora-se hoje, 8 de Dezembro, o dia da Imaculada Conceição. Imaculada Conceição de Maria significa que a Virgem Maria foi preservada do pecado original.

A celebração de uma padroeira é uma expressão de respeito por aqueles que confiam na presença de Deus nas suas vidas. Ao longo da História de Portugal, sobretudo em momentos difíceis, quando o país perde a confiança em si próprio, é vulgar observarmos esta evocação divina, fonte de esperança, para refazer Portugal.
D. Afonso Henriques, em plena Reconquista por terras de Santarém, pediu a Graça Divina para enfrentar os sarracenos e a partir daqui não mais se deixou de a pedir.
Também D. João I, antes da Batalha de Aljubarrota, colocou nas portas da capital inscrições de louvor à Virgem, acabando com a construção do Mosteiro da Batalha, dedicado a Nossa Senhora, em reconhecimento da sua intercepção; o mesmo se passou com o seu esforçado companheiro D. Nuno Alvares Pereira, também ele, em agradecimento a Santa Maria, mandou construir o Convento do Carmo, em Lisboa.
O rei D. Duarte também reforçou a devoção a Maria, que foi, assim, acompanhando a vida dos portugueses. Apesar de a veneração, como vimos, desde há muito estar enraizada na Fé dos portugueses, só com D. João IV se oficializou. Com efeito, nas cortes celebradas em Lisboa, no ano de 1646, este monarca declarou a Virgem Nossa Senhora da Conceição Padroeira do Reino de Portugal, prometendo-lhe, em seu nome e no dos seus sucessores, o tributo anual de 50 cruzados de ouro. Ordenou o mesmo soberano que os estudantes da Universidade de Coimbra, antes de tomarem algum grau, jurassem defender a Imaculada Conceição. Comemorou, ainda, este facto com a cunhagem de moedas de ouro e de prata, gravadas no reverso com a imagem de Nossa Senhora. Esta iniciativa régia foi igualmente responsável pelo acréscimo do culto da Imaculada Conceição ao longo do séc. XVII, bem ilustrado pela construção de capelas um pouco por todo o país. Ao longo da 4ª dinastia e até à actualidade nunca mais se abandonou esta veneração.
O dogma da Imaculada Conceição foi definido pelo Papa Pio IX, em 8 de Dezembro de 1854.

O Dia da Mãe possui uma carga de afectos e de sentimentos de piedade muito grande.»

in http://o-povo.blogspot.com/

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Próximo Convívio Fraterno

Aproxima-se a passos largos o próximo Convívio Fraterno de Lamego! Decorre nos dias 27 a 29 de Dezembro de 2011 na Casa de S. José (Lamego).


Se estás interessado ou conheces alguém interessado pede mais informações ao teu Pároco, aqui no blog ou a algum membro da equipa coordenadora.

Uma experiência única, irrepetível e inesquecível.

Atreves-te? ;-)

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JMJ 2011

As últimas palavras de Bento XVI aos Jovens de Portugal:


«Queridos jovens e amigos de língua portuguesa, encontrastes Jesus Cristo! Sentir-vos-eis em contra-corrente no meio duma sociedade onde impera a cultura relativista que renuncia a buscar e a possuir a verdade. Mas foi para este momento da história, cheio de grandes desafios e oportunidades, que o Senhor vos mandou: para que, graças à vossa fé, continue a ressoar a Boa Nova de Cristo por toda a terra. Espero poder encontrar-vos daqui a dois anos, na próxima Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, Brasil. Até lá, rezemos uns pelos outros, dando testemunho da alegria que brota de viver enraizados e edificados em Cristo. Até breve, queridos jovens! Que Deus vos abençoe!»

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Sucesso



«Sucesso é a habilidade de ir de um fracasso a outro, sem perder o entusiasmo.»


Winston Churchill

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A Igreja na Europa: a que somos chamados?

Quando pensamos na missão da Igreja temos sempre de considerar aquilo que hoje, no lugar que lhes toca viver, e nas circunstâncias concretas os cristãos, cada um e a comunidade no seu todo, são chamados a fazer. Mas depois temos de ter bem presente o que é o seu “contributo específico”.

Alguns aspectos da realidade europeia precisam de ser enfrentados: a relação entre unidade e pluralidade, a todos os níveis, desde a relação entre cada país e a União Europeia até ao ecumenismo. De certo modo relacionado com esta questão vem o multiculturalismo que se torna mais visível e importante quando o fenómeno migratório adquire na Europa uma dimensão excepcional (hoje há cerca de 36 milhões de imigrantes na Europa, há 20 anos eram 21 milhões!). Há, depois a questão da família fundada no matrimónio e berço de vidas novas que é a base de uma sociedade capaz de acolher o outro e de progredir e que hoje é posta em causa de tantos modos. Associada à crise da família está, por isso, a desafeição pela vida daqueles que são mais frágeis: os que ainda não nasceram, os idosos ou doentes, os deficientes. Não estranha, nestas circunstâncias, o inverno demográfico. Pensar que há quase tantos jovens com menos de 24 anos no Egipto como em toda a União europeia faz temer o futuro. É certo que há muita coisa boa hoje, basta pensar no desenvolvimento tecnológico que aproxima tanta gente. Ou no progresso da ciência que ajuda tantos doentes. Mas se não houver uma pessoa adulta com uma consciência bem formada, sabemos que aquilo que é bom pode ser mal utilizado. Há, depois a questão económica. A Europa está em crise e são várias as razões. A crise afecta realmente muita gente. O desemprego é gravíssimo. São tantas as famílias que sofrem hoje. Tudo isto nos faz sentir falta de bons políticos que queiram mesmo servir o bem comum e não o seu próprio bem ou o de uma qualquer agremiação ideológica.

Tendo tudo isto presente somos levados a dizer que a crise hoje é sobretudo cultural. Uma cultura desorientada. A arte que deixa de ter relação com a beleza e com a verdade, as leis que se desligam da natureza das coisas e das pessoas, as próprias palavras que perdem o significado ou adquirem outro para esconder projectos políticos. E acima de tudo o facto de se tonar normal preferir viver distraído do que pensar no sentido da vida. A própria fé, que se não for a resposta a um desejo consciente do coração humano é um simples sentimentalismo sem capacidade de incidir na vida quotidiana, deixa de ter lugar na vida real. Deus como que é relegado para o outro mundo.

Mas a questão permanece: qual é a missão da Igreja nesta Europa de hoje? No Portugal de agora? Não há dúvida que a Igreja tem uma missão urgente, mas é preciso perceber bem o que é o seu contributo próprio. O Santo Padre na Encíclica Caritas in Veritate, diz, claramente, que a “Igreja não tem soluções técnicas para oferecer e não pretende « de modo algum imiscuir-se na política dos Estados »; mas tem uma missão ao serviço da verdade para cumprir, em todo o tempo e contingência, a favor de uma sociedade à medida do homem, da sua dignidade, da sua vocação.” (CiV 9).

Podemos, então, concluir que em todos os grandes e pequeno desafios a Igreja hoje, como sempre, é chamada a Evangelizar. Quando a Igreja se perde a discutir soluções técnicas para os problemas económicos, ecológicos ou técnicos e se esquece a sua identidade e fica sem saber qual é o seu “contributo específico”. Para ser fiel a si mesma, ela é chamada a dar Jesus Cristo ao mundo, a falar da salvação, da vitória da misericórdia sobre o pecado, do amor de Deus que veio para nos dar uma vida em abundância. E graças a Deus, hoje há, em toda a Europa, e apesar das crises, muitos lugares onde é possível encontrar pessoas apaixonadas por Jesus Cristo e que O conseguem transmitir. Há sede de Deus e há quem anuncie. Basta estar com atenção. Como dizia santo Agostinho: “fomos exortados a cantar um cântico novo. Ora, o homem novo é quem conhece o cântico novo. E o cantar é sinal de alegria e, se consideramos com mais atenção, é expressão de amor (sermão 34).


Pe. Duarte da Cunha, Secret. Geral do CCEE in A Voz da Verdade

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O Papa no espaço

«Novidade absoluta. Bento XVI dialogou, directamente, com um grupo de astronautas em órbita.

Do lado de cá, estava o Papa, sentado na sua biblioteca, com um ecrã à sua frente. Do lado de lá, no espaço, um grupo bem-disposto de onze homens e uma mulher, cujos cabelos mais pareciam uma juba, por causa da falta de gravidade, circunstância, aliás, que fez sorrir o Papa.
Por várias vezes: por exemplo, quando lhe mostraram uma moeda e ela ficou parada à frente deles sem cair e, também, ao despedirem-se, quando um dos astronautas começou a levitar e tiveram de o puxar por um pé.
A conversa durou 20 minutos. Bento XVI fez perguntas sobre a grandeza do Universo, sobre Deus, sobre o Ambiente, sobre o futuro da Humanidade, mas também se interessou pelo estado de saúde da mulher de um dos comandantes e perguntou a outro, a quem morreu a mãe, como viveu esses momentos de dor.
Perguntas tão pessoais que, aparentemente, contrastavam com aquele momento histórico, mas que revelam, afinal, a profunda humanidade do Papa, pois, ainda mais importante do que o protagonismo técnico, é a capacidade de olhar para cada ser humano no seu todo. »


Aura Miguel in RR on-line 27-05-2011

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O escândalo da cruz

Colin Atkinson está a passar as passas do Algarve em terras da sua graciosa majestade britânica. Com efeito, foi-lhe instaurado um processo disciplinar pela Wakefield and District Housing, de que é, desde 2006, funcionário. O motivo é insólito, porque este electricista não falta ao trabalho, não é incompetente, não desrespeita os patrões, não implica com os colegas, não é indelicado com os clientes. O crime de Atkinson é ser cristão e ter o atrevimento de usar uma singela cruz no parabrisas do carro de serviço. Se fosse uma figa, uma ferradura ou um peluche, ninguém se incomodaria, mas uma cruz é, pelos vistos, intolerável e, por isso, Colin Atkinson corre sérios riscos de ser posto na rua, mas desta vez sem a viatura.

É da praxe, em certos veículos pesados, a exibição de «posters» de muito mau gosto, mas ninguém fica perturbado pelo facto, nem é razão para uma sanção laboral. Que uma pessoa ande escandalosamente trajada na via pública – seja uma mulher de barriga ao léu, ou um rapaz de cuecas à mostra – não é tido por indecente. Mas se um crente usar um discreto símbolo religioso, é logo acusado de agredir o próximo, nomeadamente quantos não professam a sua religião. Para a responsável Jayne O’Connell, a pequena cruz que Colin Atkinson usa no seu carro poderia ofender as pessoas e é política da Wakefield and District Housing «ser respeitosos com todas as confissões e pontos de vista». Menos o cristão, claro.

Diga-se de passagem que tem o seu quê de absurdo este dogma laicista. Porque carga de água uma cruz há-de ser insultuosa para os não cristãos, se nenhum cristão se sente ultrajado por um crescente, ou por uma estrela de David? E porque não entender que um amuleto é também ofensivo, não apenas para a fé, mas também para a razão? E as orquestras, não serão acintosas para os surdos? E os museus, não são também, vistos por esse prisma, desrespeitosos para com os invisuais? Será que as fotografias dos familiares do anfitrião são indelicadas para os seus convidados, só porque não são os parentes deles? Ou seria desejável que o dono da casa retirasse todos os retratos de família, cada vez que recebe alguém?

No Restelo, há uma escultura de Mohandas K. Gandhi, por onde passo com frequência e confesso que nunca me senti ofendido por aquela estátua. Agrada-me esta merecida homenagem ao insigne apóstolo da paz, embora não siga a sua espiritualidade, não partilhe a sua opção vegetariana, nem concorde com algumas das suas atitudes morais. Não creio que a ninguém lhe cause incómodo a efígie do Mahatma na via pública, a não ser que a singeleza do seu trajar provoque, em pleno inverno, alguns arrepios aos transeuntes mais friorentos. Mas isso não quer dizer que a sua imagem seja agressiva para os amantes de mais tépidas temperaturas, como também o facto de não ser cristão o não faz insolente para quantos o somos, graças a Deus.

A ideia de que qualquer opção cultural, religiosa ou não, que não seja politicamente correcta, deve ser ocultada e suprimida é, na sua essência, totalitária. A proibição de manifestações externas de culto, mais do que um ataque às religiões, é um atentado à liberdade. Não é por acaso que os inimigos da liberdade o são também da presença pública de símbolos religiosos. Por isso, Estaline arrasou inúmeras igrejas e Salazar não permitiu que a sinagoga de Lisboa fosse visível da via pública.

Há menos de um século, um tresloucado líder político europeu propôs-se erradicar da face da terra a raça judaica. Chamava-se Hitler, Adolf Hitler. Temo que os modernos inimigos do divino crucificado, também ele judeu, sejam uma nova modalidade do mesmo ódio. Depois de proibirem todas as manifestações públicas da fé cristã, é provável que se proponham também exterminar o povo que tem, por seu Senhor e Mestre, a Jesus de Nazaré e, por bandeira, a sua santa cruz.



Gonçalo Portocarrero de Almada

in Público, 2011-05-17

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«É difícil exagerar a importância e o alcance do seu pontificado, para católicos e não católicos, crentes e não crentes

A beatificação de João Paulo II voltou a trazer à praça pública a memória do extraordinário Papa polaco. É difícil exagerar a importância e o alcance do seu pontificado, para católicos e não católicos, crentes e não crentes.
No plano político, todos reconhecem o papel decisivo de Karol Wojtyla no colapso final e pacífico do império soviético. Seria, por si só, uma realização de enorme magnitude. Mas, ao contribuir decisivamente para a desacreditação do regime soviético, o Papa polaco fez ainda mais. Restaurou o ideal de uma sociedade livre e do papel incontornável da liberdade religiosa - e não apenas da liberdade dos católicos - numa sociedade livre.
Karol Wojtyla podia ter defendido os direitos dos católicos polacos em nome do facto incontornável de que a Polónia era há muitos séculos uma nação de esmagadora maioria católica. Mas não foi exactamente isso que ele fez. Ele defendeu os direitos dos católicos polacos em nome da liberdade de consciência de todos, católicos e não católicos, crentes e não crentes.
Na linha do que fora consagrado pelo Concílio Vaticano II, João Paulo II defendeu a liberdade de consciência como expressão essencial da dignidade da pessoa humana. E apresentou a dignidade da pessoa humana como parte integrante da verdade revelada que o cristianismo convida o mundo a descobrir. Por outras palavras, João Paulo II fundou a liberdade na verdade, não na ausência dela, ou na equivalência relativista entre as verdades de cada um.
Ao fundar a liberdade na verdade da mensagem cristã acerca da dignidade da pessoa humana e da sua consciência, João Paulo II integrou a defesa da liberdade dos católicos na defesa da liberdade da consciência de todos. E reafirmou que uma sociedade livre é aquela em que a lei protege a liberdade das pessoas e limita o poder político, obrigando-o a respeitar essa liberdade.
Desta forma, João Paulo II refutou também as dúvidas ainda existentes entre alguns sectores católicos acerca da existência de um alegado "terceiro regime" entre o regime comunista e o impropriamente chamado "regime capitalista". Só há dois tipos de regimes: não livre e livre. Num regime livre, a liberdade da pessoa está no centro e abrange todas as dimensões: religiosa, cultural, política e económica. Não há por isso regimes livres sem empresa livre, ou com liberdade económica condicionada pelo capricho dos governantes. E não há ambiguidade sobre a posição dos católicos acerca desses dois regimes: eles são a favor dos regimes livres.
No interior de um regime livre, fundado nos direitos fundamentais da pessoa humana, existe uma permanente controvérsia em torno de diferentes propostas políticas, económicas, culturais. João Paulo II reafirmou que a Igreja não defende nenhum projecto político particular no interior de uma sociedade livre. A sua esfera não é política. Mas a mensagem religiosa da Igreja tem uma dimensão cultural pública que pode ser relevante para a saúde e robustez das sociedades livres.
Essa mensagem pode ser traduzida na ideia de que as virtudes morais são essenciais para a sustentação da liberdade. Sem autocontrolo, sem capacidade de diferir a gratificação, sem atenção à sorte do outro, a liberdade é ameaçada pela desconfiança mútua, pela indiferença, pela crueldade. A prazo, a anomia, ou ausência de regras de conduta cívica partilhadas, dará lugar à insegurança colectiva e esta à descrença na liberdade.
Em minha opinião, João Paulo II tornou acessível aos olhos do mundo a mensagem fundamental com que o cristianismo contribuiu decisivamente para a gradual emergência da civilização ocidental. A força não é o direito: a diferença entre o bem e o mal, o certo e o errado, a justiça e a injustiça não dependem dos caprichos dos poderes de plantão. Todo o poder deve ser limitado pela lei e pela moral. No centro dessa limitação de todos os poderes deve estar o respeito pela dignidade da pessoa, cujo núcleo é constituído pelo direito à vida e à liberdade. »


João Carlos Espada in Público

[Director do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa; titular da cátedra European Parliament/Bronislaw Geremek in European Civilization no Colégio da Europa, Campus de Natolin, Varsóvia]

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«Na próxima 4ª-feira, 20 de Abril, comemoramos o centenário de uma das maiores guerras culturais da I República: a Lei da Separação entre a Igreja e o Estado. Símbolo histórico da laicidade em Portugal, a lei cometeu o erro, no entanto, de transformar a laicidade em questão religiosa, na expressão de Fernando Rosas. Ou seja, a Lei da Separação entre a Igreja e o Estado foi, em muitos aspectos, uma lei de submissão da Igreja ao Estado.

O fim das suas duas centenas de artigos, actualização do eterno programa do Estado moderno descrito por Tocqueville de esvaziar as instituições intermédias entre o poder central e os indivíduos, era destituir a Igreja de personalidade jurídica, convertendo-a em mera associação de direito privado. Em consequência, todos os bens das dioceses e das paróquias foram nacionalizados, uma vez que a Igreja não podia ser proprietária. (Convém lembrar que os bens das ordens religiosas já tinham sido nacionalizados em 8 de Outubro de 1910, quando estas foram extintas, o que significa que em meio ano a Igreja portuguesa perdeu todo o património.) Para sustentar o clero, foi instituída uma pensão a requerer ao Ministério da Justiça, o que, além de humilhante, continuava a tradição regalista de tratar os padres como funcionários públicos, ao mesmo tempo que se proibiam quaisquer dádivas dos fiéis à Igreja. A lei impunha também grandes limitações ao culto público, exigindo que as autoridades civis regulassem missas, procissões e até o toque dos sinos. Por fim, criava as famigeradas “comissões cultuais” para administrar as paróquias, comissões nomeadas pelo poder local e de que o respectivo pároco estava excluído, gerando casos bizarros em que os caciques republicanos organizavam (nem sempre com benevolência) a vida religiosa da população.

Em suma, a lei era “uma declaração de guerra à Igreja”, como lhe chamou Vasco Pulido Valente, e a Igreja reagiu em conformidade. No mês seguinte, o Papa Pio X publicou uma encíclica e os bispos portugueses um protesto colectivo em que condenavam sem apelo as pensões do Estado e as comissões cultuais. Em resposta, o Governo republicano puniu com o desterro todos os bispos do Continente, levando à situação inaudita de Portugal não ter durante largos meses uma única diocese, exceptuando a Madeira e os Açores, com bispo residente. Mais: em 1912, o culto católico, embora raramente suprimido, tornara-se formalmente ilegal na quase totalidade das paróquias, umas porque não tinham cultual (não reconhecida pela Igreja), outras porque não tinham pároco (não reconhecido pelo Estado).

A resistência da Igreja foi, porém, muito eficaz. Nas cerca de 4 mil paróquias do país, só em 300, sobretudo do Sul e de Lisboa, se nomearam comissões, e só cerca de 10% dos padres, mais uma vez sobretudo no Sul, requereram a pensão ao Ministério da Justiça, sendo a maioria suspensa pelo respectivo bispo.

É verdade que a Lei da Separação “abriu um espaço novo de liberdade para a Igreja”, nas palavras do Papa Bento XVI quando nos visitou há um ano, mas essa liberdade foi conquistada - não foi dada pelo Estado. Foi o clero português, na sua luta contra uma lei iníqua, que fez a verdadeira separação. A laicidade entre nós deve tanto à ideologia republicana como à fé dos católicos.»

Pedro Picoito (17/04/2011)

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A coragem do Bispo Andrea Hao

Esta semana, na longínqua China, os cristãos de Gonghui estão de luto. Choram a morte do Bispo Andrea Hao Jinli. Tinha 95 anos e pertencia à Igreja Clandestina da China, a que se mantém fiel ao Papa.


Foi por ser cristão e por se ter mantido sempre fiel a Roma, que Andrea Hao conheceu, como tantos, as prisões chinesas. Foi acusado de quê? De ser cristão, apenas. Hao nasceu em 1916 numa família católica. Ele e dois irmãos decidiram seguir a vida religiosa. Ordenado padre, em 1943, foi logo condenado a 10 anos de prisão. Ao fim desse tempo, quando julgava que tinha chegado ao fim o seu tormento, foi mandado para um campo de concentração para ser "reeducado pelo trabalho". Esteve preso mais de vinte anos. Ninguém o vergou: nem o medo, nem os trabalhos forçados, nem as ameaças de morte, nem a violência na prisão. Dele só queriam essencialmente uma coisa: que, como padre, renunciasse a Roma. Nunca o fez. Ao fim deste tempo todo, as autoridades perceberam que de nada valia manterem-no fechado na prisão. Libertado, ao fim de três anos o Vaticano nomeia-o bispo da Diocese de Chongli. Bispo da Igreja Clandestina, a que se mantém fiel a Roma e não a Pequim, ao Partido Comunista Chinês. A vida de Andrea Hao é um exemplo para todos nós. Ele era um homem baixo, magro, de aparência frágil, mas, apesar disso nunca ninguém o conseguiu vencer, ninguém o conseguiu domar. Manteve-se sempre fiel ao Papa, continuou sempre fiel a Jesus Cristo. Mesmo agora, depois de morto, Andrea Hao continua a ser um embaraço para o governo da China. A polícia procurou que o funeral decorresse sem alarido, não se transformasse numa manifestação pública de fé da comunidade cristã local. Mas, apesar das ameaças, foram dezenas os fiéis que decidiram prestar uma última homenagem ao seu bispo, mesmo correndo o risco de serem também detidos. Que exemplo para nós, que estamos a viver a Páscoa neste ano de 2011. Em muitos países no mundo, como nós denunciamos na Fundação AIS – Ajuda à Igreja que Sofre – rezar, ter fé, implica coragem, muita coragem. Quantos de nós seríamos capazes de enfrentar a prisão, a tortura, o medo, a humilhação apenas para continuarmos a rezar, apenas para continuarmos a dizer que somos cristãos? Quantos de nós teríamos a coragem do Bispo Andrea Hao?


Catarina Martins Bettencourt RR on-line

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Justiça


«O Senhor julga os povos; julga me, então, Senhor, segundo o meu direito e segundo a minha inocência. Peço-te: acaba com a malícia dos ímpios; fortalece os que são justos, Tu, que perscrutas o íntimo dos corações, ó Deus de justiça!»

Salmo 7, 11:12

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Escutar a palavra

«Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; mas não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.
Porém, todo aquele que escuta estas minhas palavras e não as põe em prática poderá comparar-se ao insensato que edificou a sua casa sobre a areia.
Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se, e grande foi a sua ruína.»

Mt 7, 24-27

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O 1092 fez dois aninhos!!

«Ola meus Amigos!
Espero que esteja tudo bem com vocês!
Pois é, parece que foi ontem, mas no dia 21,22 e 23 de Fevereiro de 2009 estávamos a realizar o nosso convívio(1092).
Já passaram 2 anos. Foram 3 dias únicos para todos nós. Se pode-se voltaria a viver tudo juntamente com todos vocês. Tenho tantas saudades de todos vos, da equipa, daquela casa maravilhosa. Espero que o vosso 4º dia esteja a ser bom, que continuem com a vossa chama bem acesa. Grande abraço para todos os convivas em especial para os do convivio 1092:-).

"Tive um sonho e quando acordei
Viajei no tempo e desejei
entregar-Te a vida
estender a taça toda a transbordar
Cantei
E mais alem subindo as estrelas do céu
descendo ao fundo da terra
só conTigo eu vou
embalado nos Teus passos vou
abandonado em Teus abraços sou
Aprendiz de Viajante e ate me perco em Ti......

Hino do CF 1092 »

Ricardo Ramos (C.F. 1092)

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Estudo realizado a partir do caso do Zimbábue

Um estudo realizado pela Universidade Harvard deu razão à posição de Bento XVI sobre a AIDS, afirmando que um comportamento sexual responsável e a fidelidade ao próprio cônjuge foram fatores que determinaram uma drástica diminuição da epidemia no Zimbábue.

Quem explica, em sua última pesquisa, é Daniel Halperin, do Departamento de Saúde Global da População da universidade norte-americana, que, desde 1998, estuda as dinâmicas sociais que causam a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis nos países em vias de desenvolvimento.

Halperin usou dados estatísticos e análises sobre o estudo de campo, tais como entrevistas e focus group, o que lhe permitiu coletar depoimentos de pessoas que pertencem a grupos sociais mais desfavorecidos.

A tendência de dez anos é evidente: de 1997 a 2007, a taxa de infecção entre adultos diminuiu de 29% a 16%. Após sua pesquisa, Halperin não hesita em afirmar: a repentina e clara diminuição da incidência de AIDS se deve "à redução de comportamentos de risco, como sexo fora do casamento, com prostitutas e esporádico".

O estudo, publicado em PloSMedicine.org, foi financiado pela Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional, da qual Halperin foi conselheiro, e pelo Fundo das Nações Unidas para a População e Desenvolvimento.

"Com este estudo, Halperin promove uma reflexão séria e honesta sobre as políticas até agora adotadas pelas principais agências de combate à AIDS nos países em desenvolvimento", afirma o jornal L'Osservatore Romano, ao dar a notícia, em sua edição de 26 de fevereiro.

Segundo o estudo, fica claro que a drástica mudança no comportamento sexual da população do Zimbábue "recebeu o apoio de programas de prevenção na mídia e de projetos educativos patrocinados pelas igrejas".

Poucos anos atrás, Halperin se perguntava como é possível que as políticas de prevenção "mais significativas tenham sido feitas até agora baseando-se em evidências extremamente fracas", ou
seja, na ineficácia dos preservativos.

Em suma, segundo o estudo de Halperin, é necessário "ensinar a evitar a promiscuidade e promover a fidelidade", apoiando iniciativas que visem a construir na sociedade afetada pela AIDS uma nova cultura.

Como disse Bento XVI, é necessário promover uma "humanização da sexualidade".

ROMA, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org)

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Dificuldades

«Sempre que ansiamos por uma vida sem dificuldades, lembremo-nos que os carvalhos crescem fortes com ventos contrários e que os diamantes se fazem sob pressão.»
Peter Marshall
(Pastor presbiteriano americano)

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Wojtyla

O mundo precisa muito da santidade de JPII”. Terá sido este o comentário de Bento XVI ao anunciar a beatificação do Papa polaco.

Quem o conheceu garante isso mesmo: Wojtyla era um homem fora de série. Mas ele era assim, porque era um homem normal!... Wojtyla foi um brilhante actor de teatro, foi operário fabril, praticou desporto, tinha imenso sentido de humor e, ao mesmo tempo, era um homem profundo, corajoso e grande devoto de Nossa Senhora. Sabia muito bem aquilo que queria, arriscou tudo ao enfrentar os regimes totalitários e, sobretudo, ao pedir ao mundo para abrir as portas a Cristo.

Em Karol Wojtyla “reconhecemos imediatamente um homem – com um temperamento e um modo investidos pela fé – em cujos discursos e gestos se evidenciava o método escolhido por Deus para se comunicar: um encontro humano que torna a fé fascinante e persuasiva” (Carta do Pe. Julián Carrón à Fraternidade Comunhão e Libertação, 31.01.2011)

Reflexos deste fascínio encontramos neste espectáculo musical “Wojtyla”. Carregado de pequenas histórias e testemunhos de quem viu a sua vida marcada pela grande humanidade do Papa polaco, trata-se de uma autêntica festa, palpitante de vida e de entusiasmo. “Culpados” disto são também estes jovens que, de alma e coração, se entregam à missão de contagiar os espectadores por algo tão atractivo e, ao mesmo tempo, tão “normal”.… como se fosse fácil ser assim como ele, santo!

O sucesso que este musical “Wojtyla” tem vindo a ter e a afluência de multidão que já se prevê para a sua beatificação, no próximo dia 1 de Maio em Roma, é a prova disto mesmo: que todos queremos afinal em nós uma centelha desta humanidade tão atractiva que fez dele um grande Santo.
Aura Miguel

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Olhar

«Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo quando está a ajudá-la a levantar-se.»

Gabriel Garcia Marquez

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Pelo menos cinco mil assinaturas foram recolhidas numa petição que será entregue na quarta-feira ao presidente da Assembleia da República com o objetivo de alterar a regulamentação da lei do aborto, em vigor há quatro anos.

Iniciativa da Federação Portuguesa pela Vida (FPV), esta petição dá pelo nome de "Vemos, ouvimos e lemos -- não podemos ignorar" e contesta a actual lei do aborto.

"Volvidos quatro anos, assistimos a uma realidade dramática que deixa mulheres e homens cada vez mais sós e abandonados à sua sorte", lê-se no texto que convida à subscrição.

O documento, que será entregue a Jaime Gama na próxima quarta feira, peticiona à Assembleia da República que "reconheça o flagelo do aborto que, de norte a sul, varre o País desde há quatro anos, destruindo crianças, mulheres, famílias, e a economia, gerando desemprego e depressão".

Os autores do documento defendem ainda "medidas legislativas" no sentido de "rever, para já, a regulamentação da prática do aborto, por forma a saber se o consentimento foi realmente informado e a garantir planos de apoio alternativos ao aborto".

O documento defende ainda que sejam geridos "com critérios de bem comum os escassos recursos do país, e por isso, deixe de cobrir de dinheiro o aborto".

in Jornal de Notícias (2011-02-08)

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Amigos para sempre

Os amigos cada vez mais se vêem menos. Parece que era só quando éramos novos, trabalhávamos e bebíamos juntos que nos víamos as vezes que queríamos, sempre diariamente. E, no maior luxo de todos, há muito perdido: porque não tínhamos mais nada para fazer.

Nesta semana, tenho almoçado com amigos meus grandes, que, pela primeira vez nas nossas vidas, não vejo há muitos anos. Cada um começa a falar comigo como se não tivéssemos passado um único dia sem nos vermos.

Nada falha. Tudo dispara como se nos estivera - e está - na massa do sangue: a excitação de contar coisas e a alegria de partilhar ninharias; as risotas por piadas de há muito repetidas; as promessas de esperanças que estão há que décadas por realizar.

Há grandes amigos que tenho a sorte de ter que insistem na importância da Presença com letra grande. Até agora nunca concordei, achando que a saudade faz pouco do tempo e que o coração é mais sensível à lembrança do que à repetição. Enganei-me. O melhor que os amigos e as amigas têm a fazer é verem-se cada vez que podem. É verdade que, mesmo tendo passado dez anos, é como se nos tivéssemos visto ontem. Mas, mesmo assim, sente-se o prazer inencontrável de reencontrar quem se pensava nunca mais encontrar. O tempo não passa pela amizade. Mas a amizade passa pelo tempo. É preciso segurá-la enquanto ela há. Somos amigos para sempre mas entre o dia de ficarmos amigos e o dia de morrermos vai uma distância tão grande como a vida.

Miguel Esteves Cardoso

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Desistir

Ser derrotado é, na maior parte das vezes, uma condição temporária; desistir é o que a torna permanente.

Marilyn vos Savant
Jornalista americana
(1946-…)

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Santo e um homem normal


“O mundo precisa muito da santidade de João Paulo II”. Terá sido este o comentário de Bento XVI ao anunciar ao actual arcebispo de Cracóvia a beatificação do Papa polaco.

Quem o conheceu garante isso mesmo: Wojtyla era um homem fora de série! Mas era assim, porque era um homem normal!...
Wojtyla foi um brilhante actor de teatro, foi operário fabril, praticou desporto, tinha imenso sentido de humor e, ao mesmo tempo, era profundo, corajoso e grande devoto de Nossa Senhora.
Sabia muito bem aquilo o que queria, arriscou tudo ao enfrentar os regimes totalitários e, sobretudo, ao pedir ao mundo para abrir as portas a Cristo. Mas fê-lo com uma tão grande humanidade que tudo nele parecia normal, evidente… Como se fosse fácil ser assim como ele, santo!
A afluência de multidão que já se prevê para o próximo dia 1 de Maio em Roma é a prova disto mesmo: que todos queremos, afinal, em nós, uma centelha desta humanidade tão atractiva que fez dele um grande Santo.

Aura Miguel

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Igreja católica inspira nova relação com o ambiente

É um contributo inestimável para a causa ambiental a elevação da salvaguarda do ambiente a imperativo moral
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Hoje, tendo-se tornado uma preocupação central, tanto de cientistas como de teólogos, as questões ambientais parecem estar a gerar uma nova plataforma de entendimento entre indivíduos que, sendo oriundos dos mais diversos universos ideológicos, partilham a mesma visão sobre a relação do homem com a natureza.

Dado o conjunto de valores e causas que defendo no Parlamento Europeu, entre as quais relevam as questões ambientais e da produção eficiente e limpa de energia, às quais sou sensível em boa parte devido à minha formação científica, devo dizer que as posições que a Igreja tem vindo a manifestar a este respeito são para mim uma verdadeira fonte de inspiração. Na sua última carta encíclica, Caritas in veritate, Bento XVI reconhece que "é lícito ao homem exercer um governo responsável sobre a natureza para a guardar, fazer frutificar e cultivar...", mas, ressalva o Sumo Pontífice, o homem não pode deixar de "sentir como gravíssimo o dever de entregar a terra às novas gerações num estado tal que também elas possam dignamente habitá-la e continuar a cultivá-la" (Cap. IV, 50). Parece-me ser um contributo inestimável para a causa ambiental esta elevação da salvaguarda do ambiente ao estatuto de um imperativo moral. O Papa Bento XVI coloca a questão no patamar de um dever que uma geração deve observar para com as próximas gerações. E ao condenar o comportamento do poluidor como um pecado, que exige arrependimento, como o fez no ano passado, acrescenta a esse dever todo o peso da visão religiosa do mundo.
No que respeita à produção de energia, o Papa Bento XVI denuncia a ligação desta questão à pobreza, aos conflitos armados e, em geral, à situação desolada dos países menos desenvolvidos: "O açambarcamento dos recursos energéticos não renováveis... constitui um grave impedimento para o desenvolvimento dos países pobres. A monopolização de recursos naturais... gera exploração e frequentes conflitos entre as nações e dentro das mesmas." Daí o apelo papal à comunidade internacional para "encontrar as vias institucionais para regular a exploração dos recursos não renováveis, com a participação também dos países pobres, de modo a planificar em conjunto o futuro" (Cap. IV, 49).
Recentemente (11 de Janeiro), durante a recepção aos diplomatas das 170 nações representadas no Vaticano, o único Estado do mundo que pode reivindicar ser carbono-neutro, o Papa Bento XVI sublinhou a sua preocupação com o falhanço dos líderes mundiais em alcançarem um acordo global sobre as alterações climáticas, na conferência de Copenhaga, e lançou um apelo, que todos partilhamos, a que se envidem todos os esforços para que seja alcançado um acordo global antes do final do ano (em Cancun).
O testemunho e as mensagens do Sumo Pontífice dão-nos força e ânimo para continuarmos, no nosso dia-a-dia de deputados europeus, com humildade e determinação, a combater por formas novas, menos destrutivas e menos ameaçadoras das gerações vindouras, de nos relacionarmos com a natureza.
Maria da Graça Carvalho

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1. Portugal tem desde há 4 anos uma lei que permite o aborto livre a pedido, até às 10 semanas de gestação.
2. Quando, por altura do referendo o País se confrontou com tal mancha histórica, foi prometida uma lei que protegesse as mulheres e conferisse melhores condições para o exercício da maternidade.
3. Volvidos 4 anos assistimos a uma realidade dramática que deixa mulheres e homens cada vez mais sós e abandonados à sua sorte.
Aos mais carenciados é oferecido o aborto para “colmatar” as dificuldades que apresentam.
Milhares de mulheres foram vítimas de pressões e constrangimentos vários, e arrastados ao horror do aborto.
4. Em 4 anos, só por via do aborto legal mais de 60.000 crianças deixaram de nascer. É como se uma cidade (como Aveiro), de repente, ficasse totalmente despovoada e os edifícios e monumentos nela existentes não tivessem quem os habitasse. Apenas o silêncio nas ruas e nas praças e as folhas arrastadas pelo vento.
5. Muitas das “vozes autorizadas” que no referendo defenderam o sim têm agora tomado posição pública contra a regulação e prática do aborto que vigora.
6. O País confronta-se com um dramático pedido às famílias de redução de salários e prestações sociais. Por outro lado o Estado continua a pagar e oferecer gratuitamente o aborto, o avião, o táxi, o hotel e o subsídio de maternidade a quem voluntariamente (ou coagida, uma vez que o Estado não sabe) põe fim a uma gravidez.
7. Uma mulher em baixa por doença recebe 65% do ordenado; já se abortar fica de licença de maternidade e recebe 100% do ordenado.
8. Milhares de mulheres deixaram de receber algumas dezenas de euros do abono de família para os filhos que tiveram, mas o Estado paga-lhes centenas de euros no caso de decidirem abortar.
Assim,

Peticiona-se à Assembleia da República que

A) Reconheça o flagelo do aborto que de norte a sul, varre o País desde há 4 anos destruindo crianças, mulheres, famílias, e a economia gerando desemprego e depressão.
B) Que tome medidas legislativas no sentido de:
a) Proteger a vida humana desde a concepção, a maternidade e os mais carenciados na verdadeira solidariedade social.
b) Rever para já a regulamentação da prática do aborto por forma a saber se o consentimento foi realmente informado e a garantir planos de apoio alternativos ao aborto.
c) Permitir que todos os profissionais de saúde (independentemente da objecção de consciência) possam intervir no processo de aconselhamento a grávidas.
d) Apoiar as Instituições que no terreno ajudam mulheres e crianças em risco, de uma forma criteriosa e realista.
e) Fazer cumprir os Direitos Humanos nomeadamente no que tange com o inviolável Direito à Vida e o eminente direito ao reconhecimento da dignidade de cada ser humano.
f) Gerir com critérios de “bem comum” os escassos recursos do País e por isso, deixe de “cobrir de dinheiro” o aborto.

Os signatários (assine também aqui).

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João Paulo II será beatificado a 1 de Maio, anunciou hoje o Vaticano. Bento XVI aprovou oficialmente um milagre atribuído a João Paulo II, o último passo no caminho da beatificação. O passo seguinte, embora não obrigatório, é o da canonização.

A beatificação está marcada para 1 de Maio. A data é muito significativa, sendo a celebração da Divina Misericórdia, uma festa instituída por João Paulo II, assinalada no primeiro domingo depois da Páscoa - precisamente o dia em que faleceu.
João Paulo II foi Papa durante 27 anos, um dos mais longos pontificados da história da Igreja, e morreu em Abril de 2005.

João Paulo II com beatificação marcada para dia 1 de Maio

Durante o seu funeral, milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro gritaram “Santo Subito”, pedindo uma canonização imediata. A Igreja, porém, optou por seguir as regras nesta matéria e aguardar eventuais milagres, abdicando apenas dos cinco anos de espera entre a morte e o início do processo, por iniciativa pessoal de Bento XVI .

O caso de uma freira francesa de 48 anos, que ficou curada de Parkinson depois de pedir a intercessão do Papa polaco, foi considerado milagre pelos especialistas do Vaticano.
É também significativo que seja Bento XVI a celebrar a beatificação, pois o actual Papa tinha decidido, no início do seu pontificado, só proceder a canonizações, abrindo até agora uma única excepção para o cardeal Newman, no passado mês de Setembro, em Inglaterra.

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Poema do Tempo

Para tudo há um momento e um tempo para cada coisa que se deseja debaixo do céu:
tempo para nascer e tempo para morrer,
tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou,
tempo para matar e tempo para curar,
tempo para destruir e tempo para edificar,
tempo para chorar e tempo para rir,
tempo para se lamentar e tempo para dançar,
tempo para atirar pedras e tempo para as ajuntar,
tempo para abraçar e tempo para afastar o abraço,
tempo para procurar e tempo para perder,
tempo para guardar e tempo para atirar fora,
tempo para rasgar e tempo para coser,
tempo para calar e tempo para falar,
tempo para amar e tempo para recusar,
tempo para guerra e tempo para paz.

do Livro Bíblico do Eclesiastes

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Diálogo entre o Pai Natal e o Menino Jesus

DIA DE NATAL*
Foi numa esquina qualquer que se encontraram o Pai Natal e o Menino Jesus. Enquanto aquele se preparava para trepar um prédio, com o seu saco às costas, este último, recém-nascido, descia à terra e oferecia-se inerme, num pobre estandarte, que cobria uma mísera janela.

- Quem és tu, Menino – disse o velho – e que fazes por aqui?! É a primeira vez que te vejo!

- Sou Jesus de Nazaré e ando há vinte séculos à procura de uma casa que me receba e, como há dois mil anos em Belém, não há quem me dê pousada.

- Pois não é de estranhar! Não vês que vens quase nu?! Porque não trazes roupas quentes, como as que eu tenho, para me proteger do frio do inverno?

- O calor com que me aqueço é o fogo do meu amor e o afecto dos que me amam.

- Eu trago muitos presentes, para os distribuir pelas casas das redondezas. E tu, que andas por aqui a fazer?

- Eu sou rico, mas fiz-me pobre, para os pobres enriquecer com a minha pobreza. Eu próprio sou o presente de quem me acolher. Não vim ensinar os homens a ter, mas a ser, porque quanto mais despojada é a vida humana, maior é aos olhos do Criador.

- E de onde vens e como vieste até aqui? Eu venho da Lapónia, lá para as bandas do pólo norte.

- Eu venho do céu, de onde é o meu Pai eterno, e vim ao mundo pelo sim de uma virgem, que me concebeu do Espírito Santo.

- Que coisa estranha! Nunca ouvi falar de ninguém que tenha nascido de uma virgem e assim tenha vindo ao mundo! E não tens nenhum animal que te transporte para tão longa viagem, como eu tenho estas renas?

- Um burrinho foi a minha companhia em Belém, e foi também o meu trono real, na entrada triunfal em Jerusalém.

- Um burro?! Não é grande coisa, para trono de um rei…

- O meu reino não é deste mundo e a sua entrada é tão estreita que os meus cortesãos, para lá entrarem, se têm que fazer pequeninos, porque destes é o meu reino.

- E que coisas ofereces? Que tesouros tens para dar? Que prometes?

- Trago a felicidade, mas escondida na cruz de cada dia; trago o céu, mas oculto no pó da terra; trago a alegria e a paz, mas no reverso das labutas do próprio dever; trago a eternidade, mas no tempo gasto ao serviço dos outros; trago o amor, mas como flor e fruto da entrega sacrificada.

- Pois eu trago as coisas que me pediram: jogos e brinquedos para os miúdos e, para os graúdos, saúde, prazer, riqueza e poder. Mas, por mais que lhes dê, nunca estão satisfeitos!

- A quem me dou, quer-me sempre mais na caridade que tem aos outros, porque é nos outros que eu quero que me amem a mim.

- Mais um enigma! De facto, somos muito diferentes, mas pelo menos numa coisa nos parecemos: ambos estamos sós, nesta noite de consoada!

- Eu nunca estou só, porque onde estou, está sempre o meu Pai e onde eu e o Pai estamos, está também o Amor que nós somos e estão aqueles que me amam.

- Bom, a conversa está demorada e ainda tenho muitas casas para assaltar, pela lareira, como manda a praxe.

- Eu estou à porta e bato e só entrarei na casa de quem liberrimamente me abrir a porta do seu coração e aí cearei e farei a minha morada.

- Pois sim, mas eu vou andando que já estou velho e cansado …

- Eu acabo de nascer e quem, mesmo sendo velho, renascer comigo, será como uma fonte de água viva a jorrar para a vida eterna.

O velho Pai Natal, resmungando, subiu ao telhado do luxuoso prédio, atirou-se pela chaminé abaixo e desapareceu.

Foi então que a janela onde estava o estandarte se abriu e uma pobre velhinha de rosto enrugado, como um antigo pergaminho, beijou o reverso da imagem do Deus Menino, que estremeceu de emoção. A seguir, encostou a vidraça, apagou a luz e, muito de mansinho, adormeceu. Depois, o Menino Jesus, sem a acordar, pegou nela ao colo e, fazendo do seu pendão um tapete mágico, levou-a consigo para o Céu.

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

* Os primeiros cristãos chamavam dies natalis, ou seja, natal, ao dia da sua morte, porque entendiam que esse era o dia do seu nascimento para a verdadeira vida.
in A Voz da Verdade, 19Dez2010

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