Decorreu em Lamego, nos dias 6, 7 e 8 de fevereiro, o convívio fraterno número 1296. Este é sem dúvida um número que eu, à semelhança das pessoas que estiveram comigo, jamais esqueceremos pois representa um momento marcante nas nossas vidas. 
Podia dizer que fui ao meu convívio fraterno movido apenas pela minha vontade e pela curiosidade de descobrir o que lá se passa, mas não estava a dizer toda a verdade. Dei por mim a ir ao convívio fraterno porque os nossos párocos, sempre disponíveis e a quem agradeço por isso, e alguns amigos faziam questão que fosse. Por tão bem me conhecerem, diziam que era algo em que faria todo o sentido eu participar. Um pouco na dúvida e  após ter conseguido um dia de férias, acabei por ir e hoje percebo porque me diziam que eu tinha mesmo de ir. De facto, a primeira impressão que se tem após algumas horas no convívio é que ainda não sabemos o que estamos lá a fazer, mas desperta em nós um sentimento muito forte que vale a pena esperar para ver o que de novo trará à nossa vida. 
Bem, não posso partilhar ao detalhe o que vivemos enquanto grupo conviva ao longo destes três dias, e não o faço por um motivo muito simples que está relacionado com o que de melhor levamos enquanto expectativa: nada. Pode parecer estranho mas é mesmo assim, não existe preparação, nem sequer precisamos de saber o que vamos fazer pois só assim conseguimos deixar-nos envolver pelo carinho e compreensão das pessoas que nos vão receber para que possamos dar o melhor de nós na construção de um sentimento de família que se vai notando a cada hora que passa. Essas pessoas que, ao início estranhas, nos vão ajudar a percorrer um caminho onde trilhamos cada cantinho da nossa consciência e da nossa forma de viver e ver o mundo que nos rodeia. 
Aprendi tanto nestes três dias que ao quarto dia, queria voltar. Mais do que partilhar e refletir com outras pessoas que se tornam parte de uma nova família, a família dos convivas, é sentir que apesar de conhecermos Jesus como parte de nós, nem sempre sentimos a Sua presença no nosso dia. Damos-Lhe algum, mas pouco, tempo na nossa semana e talvez só ao fim-de-semana nas nossas atividades ao serviço da comunidade cristã ou na eucaristia é que de facto reservamos o momento que ao longo da semana nos foi “fugindo”. Como disse alguém que conheci no convívio "Jesus é de facto um amigo extraordinário na medida em que tantas vezes adiamos falar-Lhe, nem sempre partilhamos com Ele os nossos sucessos e alegrias e depois quando precisamos Ele está lá e diz-nos que nos ama e não nos abandona por nada..."
Após um convivo precisamos de vários dias, eu diria mesmo semanas, para assimilarmos tudo o que lá sentimos e por isso hoje, enquanto escrevo estas palavras para partilhar convosco, recordo cada momento, cada amigo que me acompanhou naqueles três dias. Isso mesmo, as mesmas pessoas que descrevi como estranhas num parágrafo acima, estão agora unidas à família conviva. Nós não mudamos radicalmente após três dias, muito menos o que nos rodeia, muda sim a forma como vemos as coisas e a importância que passamos a dar ao que realmente é importante. A verdade é que quando chegamos ao convívio não levamos muito, ou pelo menos é isto que achamos, mas no final trazemos ainda mais, além de pertencermos à família conviva, sentimos a presença de Jesus como uma chama viva. Por isso a quem ainda não fez o seu convívio fraterno, recomendo que dê uma oportunidade a si próprio, e que Acredite, falem com um dos nossos párocos no sentido de mostrar vontade de participar. Tenho a certeza que será tão bom para vocês como para todos os convivas.
José Carlos (CF 1296)

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