"O Tudo não consigo exprimir por palavras…."

Olá!!

Já há alguns anos que ouvia falar do Convívio Fraterno mas nunca sabia o que, realmente, lá se passava e foi assim que a minha curiosidade começou a despertar. No ano passado, os elementos do convívio 1133 do nosso grupo vieram muito diferentes, o que me deixou em “choque”. Mas agora compreendo aquilo que viveram e a razão pela qual mudaram e passei a entender os testemunhos dados por eles, onde a palavra que reinava era “coiso”. Este ano surgiu o convite por parte do grande amigo, Padre José Augusto, e aceitei de imediato. Seria um sinal?? Talvez, não sei…

Ao longo da viagem e durante os vários momentos de silêncio ia a pensar: “O que será que se vai passar?” E “Será que te vai servir de alguma coisa participar num evento destes?”. Entrei na casa de S. José na 2ª feira (dia 26) à noite, juntamente com a Sandra e a Cheila e confesso que, apesar da preparação e de toda a alegria que transmitia, ia um bocadinho reticente relativamente ao que lá se iria passar. Eis o meu espanto quando uma das primeiras pessoas que encontro é alguém de quem já tinha muitas saudades, pois já não a via há muito tempo mesmo. A Joana B.! Brotou logo um sorriso dos meus lábios e pensei “O que é que ela está aqui a fazer? Será que Ele a chamou por estarem presentes 3 meninas da sua terra?”. Preenchemos uns papéis e aguardamos a chegada dos outros novos convivas. Sentia-me sozinha… Apesar de ter 2 amigas comigo, quase não conhecia mais ninguém e não sabia muito bem o que estava ali a fazer… sentia que aquilo não era para mim pois já ia à missa assiduamente e participava nalguns grupos da paróquia… Confesso que fui para o quarto mais a minha companheira, a Sandra e, passado algum tempo, a Cheila juntou-se a nós mais a colega de quarto dela, e fiquei espantada quando, passado 5 minutos, já éramos 8 raparigas no nosso quarto e, a pouco e pouco, começamo-nos a conhecer umas às outras, o que já me estava a deixar mais sossegada. Mas continuava a Sara que sempre tinha sido, nada tinha mudado, apenas tinha conhecido mais 5 meninas.

Na 3ª feira de manhã levantámo-nos e sussurrei “Prepara-te Sara para enfrentares este dia. Todos dizem que é um dia de grande seca, por isso, aproveita-o ao máximo para que não seja assim tão seca.” Mas tudo o que se passasse seria novo para mim e, ao fim do dia, confessei a algumas pessoas que não tinha achado nada seca, pelo contrário. Ainda não sabia muito bem o que fazia lá, mas algo me dizia que não era em vão que eu lá estava. No quarto já só houve conversa entre mim e a Sandra e “Boa Noite!” da Cheila. O cansaço já se começava a notar e, como nos tinha sido transmitido que o dia seguinte seria um bocadinho duro, já não houve o convívio com as restantes meninas. Houve só uma troca de opiniões entre mim e a Sandra acerca daquilo que estávamos a achar do convívio mas, entre nós, uma certeza começava a florir: Ele existe!

No dia seguinte, descrevo-o como sendo muitíssimo forte (quem já fez o convívio sabe a que momentos me refiro) e foi neste dia que eu tive a certeza absoluta de que Ele existe e está SEMPRE connosco. Nós é que não Lhe damos, muitas vezes, a atenção necessária mas ele NUNCA nos abandona e, provas para isso?? Eu falei com Ele e Ele abraçou-me… Como cristã que sou e membro da Igreja de Comunidade senti-O e isso fez-me sentir muito feliz!! Como disse Santo Agostinho, “a busca de Deus é a busca da felicidade. O encontro com Deus é a própria felicidade!”. Nesse dia, algumas lágrimas saíram do meu rosto porque senti a minha chama reviver e senti uma paz interior tão grande que, posso dizer, mudou completamente a minha forma de olhar para Deus e de O servir e seguir. À noite, no quarto, o silêncio e algumas lágrimas reinaram… (Quero agradecer, desde já, a todos os que de certa forma contribuíram para esse silêncio… Obrigado!) Nessa noite já tudo fazia sentido e agora sabia que, se lá estava não era em vão, ou seja, tinha uma razão de ser. E essa razão era: Deus!

Chegados ao 3º e último dia, as saudades começavam a fazer sentir-se pois as pessoas que antes eram conhecidas, passaram a ser amigas, grandes amigas e já nos tratávamos como sendo uma família. Pois é, mas o que nos tornou família ao longo dos 3 dias foram os sentimentos que vivemos e os momentos que passamos em busca de um só ideal: “ser conviva da paz e do amor com Deus e em Deus.” Falo em saudades porque já estávamos habituados a ver-nos todos os dias e habituados a partilhar com os outros aquilo que nós éramos. Confesso que as palavras que mais me custaram ouvir, ao longo do encerramento, proferidas pelo padre José Fernando foram: “Caros convivas, ides partir.”. Senti uma tristeza enorme e não poderia deixar de chorar… Sim, fartei-me de chorar, mas se o fiz é porque o Convívio Fraterno teve muito significado para mim e porque as pessoas presentes eram muito importantes.

Relativamente ao 4º dia, partilho da mesma opinião que uma grande amiga conviva, a Rafaela e “Posso dizer que o 4º dia é duro, o desafio de continuar é grande, voltar à realidade e ver que o mundo continua igual, as pessoas, a paisagem. Contudo, algo mudou em mim: a forma de ver as coisas, a forma de olhar os outros, a forma de lidar com as dificuldades, pois essas voltaram.... Mas a certeza e a vontade de mudar o mundo, anunciá-lO a todos e dando mais de mim é cada vez maior e sei, que com a Sua ajuda, vou conseguir. Fico imensamente feliz, por ter tido o prazer, a sorte, a felicidade de realizar o CF 1173, conhecer as pessoas impecáveis que conheci, descobrir coisas fantásticas sobre elas, e até mesmo, tristezas das suas vidas. Fico feliz, por me terdes ajudado a deixar Deus crescer mais dentro de mim. Acreditem que Ele está sempre connosco, quer seja a amar, a perdoar ou a pegar-nos ao colo.”

Antes de terminar, queria agradecer a todos os que fizeram com que eu participasse neste evento. Agradeço de um modo especial ao Pe. Zé por me ter enviado à descoberta do grande Amigo. Agradeço aos outros convivas (Jorge, Tiago, Pedro e Tiago Pinto) por, ultimamente, terem feito a minha curiosidade aumentar. A todos os que sacrificaram por mim, enquanto lá estive. A toda a família do 1173 pois ficarão para sempre no meu coração pois mostraram-me que tudo é possível e fácil de alcançar, basta querer e rezar. Por último, o mais importante de todos e como os últimos são sempre os primeiros agradeço ao Pai do Céu por Tudo… Por me acompanhar sempre… Em suma, por Tudo mesmo… O Tudo não consigo exprimir por palavras… Apenas consigo sentir …

De facto, eu AMEI…

Obrigado a todos!!!

Sara Alves [C.F. 1173]

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