Sobre o 4º Dia...

Findo o encerramento aí vamos nós todos contentes levar a nossa herança, a nossa luz. Sabíamos que íamos encontrar o mesmo mundo do qual tínhamos saído mas se dúvidas houvesse, a Gnr fez questão de as dissipar numa operação stop quando revistou o carro de um conviva por suspeita de tráfico de droga. O João, a Belinha e o Henrique ficaram a olhar para aquele espectáculo que permitia aos mais recentes convivas Carlos e Vasco ter a certeza que estavam de volta ao mundo da desconfiança, do medo, da falta de paz, do desespero.
Não é fácil manter a chama acesa. Os ventos são fortes e quase sempre desfavoráveis. Mas isso não pode ser desculpa para abandonarmos a missão. Afinal, “desistir é próprio dos fracos”. Era bonito escolhermos o mundo onde vivemos, mas não é possível. Pessoas boas, paz, amor, prosperidade… mas não foi nesse mundo que Deus nos colocou. Se estamos neste, é porque temos uma missão cujo ponto principal é torná-lo cada vez melhor.
No filme “Call Girl”, quase no fim, quando a investigação central termina e estava tudo preparado para deter os suspeitos, cai tudo por terra e ninguém é condenado por causa de um simples erro processual. Ao avaliarem a situação, um dos dois policias responsáveis, o mais novo, quer desistir porque não vale a pena, que o mundo é um lugar mau e eles não o estão a mudar. A resposta do seu colega mais velho é ao mesmo tempo fascinante e óbvia: - “Isto está mal, mas se nós não estivéssemos cá, estaria ainda pior.
Porque é que me lembrei disto? Para estabelecer uma analogia entre a policia e a religião, entre aqueles policias cheios de vontade de mudar o mundo e nós convivas. Sabemos que não o vamos mudar, mas resta-nos a consolação de saber que se nós não estivéssemos cá, isto estaria ainda pior.
O quarto dia é isto. É acreditar que podemos fazer algo para melhorar, é levar esta herança de felicidade aos outros, mostrar no cimo da montanha esta chama que nos guia para Cristo. Esta tarefa designada de quarto dia há-de ocupar-nos não apenas nas 24 horas seguintes ao convívio, como dá a entender a expressão “quarto dia”, mas durante a semana seguinte, o mês e o ano seguintes, no fundo, durante toda a nossa vida. Se deixamos apagar a chama ou ficamos com a herança apenas para nós, não fez sentido fazer o convívio e não percebemos a sua mensagem. Ser conviva da paz e do amor é também ser sal, ser luz, ser fermento.
A única regra é a perseverança. Sem ela desistimos à primeira contrariedade e deitamos a perder toda a riqueza que possuíamos. Força convivas

Jorge Giroto (Convívio Fraterno 1052)

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1 comentários:

Anónimo disse...

O 4º Dia é tudo isso e muito mais. Mas penso que a palavra chave é mesmo "perseverança", não desistirmos à primeira. Em relação à analogia que fizes-te, penso que era mesmo só para dizer que viste o filme, lol. Abraço.

David Polido